Nossa casa era um amontoado de tijolo
A luz vinha de uma sensível camisa
O chão era duro como terra, mas era nosso solo.
Era só o que eu conhecia
As paredes eram de caminhos sinuosos
Onde tudo era possível até certo coelho me encontrar
E me encantar
As luzes de natal eram escassas que até hoje as persigo
Dão-me clareado, embora não precise mais delas.
As noites eram frias, ventos que vinham de um telhado inacabado.
Onde o acolchoado era insuficiente
E as roupas eram finas que cortavam a pele
O dia era de um cinza que sinto saudade
Onde o cabelo vermelho se destacava
Para minha timidez
O bolo não era perfeito para minha vergonha
E o pãozinho era fatiado em três
O cheiro de pão queimado com margarina me trazia final de escola
E também estou ocupada para suas necessidades
A gaveta não dava cria
E a carne tinha seu preço
Então preferia a salsicha
Bem frita com companhia
Sem brigas
Eram as melhores
Sem falar na carne moída com temperos da dona Arminda
Tudo ficava mais lindo
Ah... mas quando um caminhão parava a nossa porta com tudo que é de bom
Como era bom
Sempre tinha cheiro de natal
Lembranças de andanças
Que não víamos
Apenas recebíamos
E não sabíamos por que tanta insatisfação
Mas era bom
Chegou a tempo
Sempre para nós ele chegou a tempo!
O motor estava quente
Provando que passou por tudo....mas chegou a tempo!
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arial