sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pequeno Pardal (Piaf)

Entre seu mundo de sofrimento...
Criada em prostíbulos,
Circo,
Bares
E na rua cantando (para comer cantava)
Foi descoberto para o sucesso.

Presa em seus tormentos que a fez crescer com idas e vindas.
Voltava ao seu mundo de criança,
De sofrimento,
De bebidas constantes,
Mas foi encontrada para seu dom natural...
Uma eterna guerra dentro de si!
... Amigos de ruas (cafetão), bebida e os que encontram para o mundo da música e do sucesso.

Continuava assim o pequeno pardal,
Entre o vôo livre e a prisão de sua vida que a consumia em tragédias,
Mas um eterno pardal com asas a voar por causa do amor!
Foi o que a sustentou!

“Não, absolutamente nada” fica aqui marcada esta frase de uma letra da música em seus últimos momentos, que dizia ser a marca de sua própria vida.

Ela esbanjou amor com intensidade,
Viveu cada momento como se fosse o último,
Enfim, tudo foi intenso com Ela!

Viva Piaf, o Pequeno Pardal!
Poty – 17/01/2009

Telepatia

Sinto você leve, transparente, ausente, mas presente...
Sinto você deitada de mente aberta, liberta/libertária...
Sinto você total, de facetas mil...
Sinto você lutadora/amadora, mas remando contra a maré...
Sinto você com at
itude... Sinto você plena, realizada/desbocada...
Sinto você além, muito além que busca alguém...
Sinto você voando/aterrizando em suas andanças com esperança...
Sinto você criança que faz lambança...
Sinto você sem saber como é, mas a vejo assim mesmo e vai ser o que dê...
Sinto você por telepatia/empatia...
Sinto você pelo papel chamado retrato/foto...
Sinto você onde estiver!
Sinto você!
Poty – 11/03/2009
 

Ela

Não se afaste dela
Porque ela é a sua libertação!

Seja ébria de suas loucas fantasias!
Porque eu sóbrio saberei te acompanhar...
Serei o teu porre,
Serrei o teu tira-gosto
Para saborear-te!

Seja gulosa em tuas loucuras...
Alucina-me em tuas fantasias
Afaga-me em teus desejos
Embebeda-me com teus prazeres.

Beija-me
Chupa-me
Faça o que imaginar!
Aproveita desta tua loucura.

Seja despojada
Não se avergonhe do que fez neste dia,
Até porque te fez bem
E eu amei também.

Eu deixei que fizesse
Eu saboreie desta louca sensação
Deste momento de alucinação,
Fui louco/alucinado também.

Você é única!
Poty – 22/01/2009

Fúria

















Serei a corda no teu pescoço
Darei o nó e puxarei sem dó e piedade

Hoje sou a penúria
A própria morte
E não me venha pedir perdão

Hoje sou a mão que te arrebenta
Não deixarei vestígios
Serei o próprio segredo

Hoje é um dia sem fim
Não quero meio
Você será o início

Abusarei de ti
Como nunca foi achincalhada

Eu sou a regra,
O ditador!

Hoje sou teu calabouço
O buraco que vai te enterrar...
A tua sepultura

Hoje não tenho remorso
Serei a tua ferida -
Mordida –
Não deixarei cicatrizar

Hoje não quero saber de ninguém
E nem de mim
Poty – 04/03/2009

Doutores ou não

Para os doutores,
Deixo a mesa
A burocracia
A insolência
A teoria
Da sua impotência

Para mim,
Fica a irreverência
A indignação
A liberdade de ser o que sou
Sem menosprezar a ninguém

Os encaro com desdém
Porque se acham que estão acima
De qualquer mortal

Estou com os que não têm,
Mas tem todo o aprendizado
Que os outros há de estudar

Ficamos nós os plebeus a reverenciar
Porque achamos que eles têm a sabedoria
Mas nós a vivenciamos no dia a dia
Poty – 11/04/2009
 

Cora Coralina


Cora Coralina deusa menina
Não desatina,
Vai ser sempre menina,
Mas mulher que atina

Cora Coralina
Grande poeta
Que a vida trousse
E se destina,
Seja a menina que afina

Cora Coralina
És mulher mais feminina

Cora Coralina
Teve seu tempo
Na escrita em versos
E fez soar entre nós
A sua poesia

Cora Coralina
Segue a tua resignação
Para a tua história ficar
Poty – 05/04/2009

Sou o todo, o nada...

Sou o todo, o nada...
Sou carne e osso...
Sou o pedaço que não tem...
Seja o nada, porque não tenho o todo de ninguém...
Os pedaços se formam e acaba e não será de ninguém!
Será carcomido nas terras de ninguém
Porque a terra não é de ninguém...
Estamos vagando e ao pó voltará...
Sejamos o verbo...
Será o verbo que não provém...
... Você é você enquanto a terra não te consome...
Você vai e fica a chorar alguém –
Não tem como remediar –
Apenas fica a jogar areia na cara
E não se leva nada...
Vai, aproveita a vida que te mantém!
Poty – 11/04/2009