domingo, 8 de abril de 2012


A idade é a presença de nossa vivência e faz a gente se sentir bem com a vida.

Portanto não existe ser velho, ser novo, mas a relação com o planeta, com os astros, o espaço sideral e ainda mais com nossa energia e com a relação cósmica.

Poty – 24/12/2010

Humanizar


O nosso instinto de propriedade
Que permeia na mais louca
E insana relação da expropriação
Na usura do espolio
Que segrega
Os que são considerados
Não humanos.
Se somos humanos
E porque humanizar?
Esta relação independe
De cor, sexo, raça, gênero
E seja onde for.
Em qual país esteja.
Derrubemos os muros
Da insatisfação para ter uma ligação
Entre povos com credos ou não.
Poty – 08/04/2012

A razão da guerra


A razão que pressupõe guerra
Todos têm razão
E porque guerrear?
Uma razão sem razão
Racionais
Irracionais
O que dito
Sem ser dito
A procriação
Pervertida
Perversa
De uma razão sem noção
E porque não
Sentai-vos
E abram mãos de suas razões
Poty – 08/04/2012

Sobre olhares
Vigiados
Crianças e mulheres
Engalfinhados
Sobre a soberba
Da arma em punho
Do soldado
Fitados entre a fresta da barreira de concreto que os separam.
Poty – 08/04/2012

AQUILO QUE TEM QUE SER DITO


Por que tenho me calado, me calado por tempo demais
sobre o que é patente e já vem sendo ensaiado
em simulações ao fim das quais nós, como sobreviventes,
somos no máximo umas notas de rodapé?

É o alegado direito de ataque preventivo
que poderia extinguir aquele povo
subjugado por um fanfarrão
e empurrado ao júbilo organizado (o iraniano),
porque se suspeita da construção
de uma bomba atômica em seus domínios.

Por que, no entanto, eu me proíbo
de chamar pelo nome aquele outro país
no qual se dispõe há anos - ainda que em segredo -
de um potencial nuclear crescente
e sem controle, pois não se dá acesso
a nenhuma inspeção?

A generalizada omissão desse fato,
à qual se subordina o meu calar,
eu a sinto como incriminadora mentira
e coerção com promessa de punição:
assim que desobedecida,
o veredito “antissemitismo” está em toda parte.

Agora, porém, porque o meu país,
- que por seus crimes próprios,
que estão além de comparação,
é volta e meia chamando às falas -
deve entregar a Israel
(por razões puramente comerciais,
embora declarado com lábios ligeiros
que se trata de reparação)
mais um submarino, cuja especialidade
é ser capaz de direcionar ogivas
de destruição total a um lugar
onde não foi comprovada a existência
de uma bomba atômica sequer, e no entanto
com o fim de atemorizar se pretende
que existam provas conclusivas -
por isso agora eu vou dizer
o que precisa ser dito.

Por que, no entanto, até agora eu me calei?
Porque eu pensava que a minha origem,
marcada com mácula nunca extinguível,
proibia declarar tais fatos como verdadeiros
em relação ao país Israel, com o qual tenho laços
e quero continuar a ter.

Por que é que eu digo somente agora,
envelhecido e com o fim da minha tinta,
que o poder atômico de Israel põe em risco
a paz mundial, já frágil sem isso?
Porque precisa ser dito
o que amanhã pode ser muito tarde;
e também porque nós
- como alemães já o suficiente incriminados -
podemos vir a ser fornecedores para um crime previsível,
com o que nenhuma das usuais desculpas
teria o poder de redimir
nossa participação na culpa.

E admito: não mais me calo
porque estou farto da hipocrisia do Ocidente,
e tenho esperança que com isso
possam se libertar muitos desse calar-se
e conclamar o causador do reconhecível perigo
a abrir mão de violência, e igualmente
a que seja permitido pelos governos dos dois países
um controle permanente e desimpedido
do potencial atômico israelense
e das instalações atômicas iranianas
por uma instância internacional.

Somente assim será possível ajudar
a todos, israelenses e palestinos,
e mais: a todos os seres humanos
que nessa região ocupada pelo delírio
vivem apertados em inimizade, e, afinal,
a nós mesmos também.

Günter Grass, 84 anos, Prêmio Nobel de Literatura, em 04/04/2012.

Tudo novo
Mudou-se as partículas
A densidade
Há formas que se mantiveram, mas não há olhar igual pra vê-las
Tudo novo, e o sabor é gostoso como primeiro pedaço do bolo

ME PROVOCA


Me provoca, não me conhece acende os meus desejos, desperta minha paixão, brinca com fogo. Tem esse poder todo? Irá me conhecer, aplacar minha vontade, meu fogo. Provocou, venha, faça. Agora sou que desafio. Quero sentir seu fogo, seu medo, quero todas as promessas, todas as falas. Quero sentir tudo que prometeu, quero ser aquela mulher, aquela que você disse saber amar, que irá fazer amor, que deixará marcas ardentes em mim... Quero todas as marcas desse amor, dessa luxuria que vejo em seus olhos e sinto em suas palavras...
Silvana Sousa

Coração de Poeta

Quando ele a olha cheio de excitação
...O que vê de verdade?...
Seu coração de trovador
Acha beleza numa arvore rota...
Pedra coberta de musgo..
Onde ninguém vê
Todos passam,ele fica ali, parado..
Extasiado e vai descrever o que
viu, com seu jeito torto de enxergar
o outro lado da beleza
Exclama: linda!!!!!
E é desse modo que apaixonado
Vê a vida
E a sua amada...
Madulew
17/01/2011