domingo, 26 de abril de 2009

Dois




São dois
Dois é que dão certo,
Algumas vezes sai errado,
Faz parte de dois...
... Sem um não funciona,
Tem que ter dois...
... Imagina um...
... Fica solitário, com solidão e às vezes faz bobagens, pensa bobeira...
... A ociosidade é latente!
Então ficaremos nós dois!
Poty – 17/04/2009

sábado, 25 de abril de 2009

Travessia





Chego
ao
outro
lado
da ponte
e
não quero
mais voltar...
... Fico ilhado no alto mar.

O rio transbordou
e
a
Travessia
é
longa
e
duradoura...
... Não sei nadar...
pego um pedaço de tronco
vou boiando
até
beira
mar.

Ultrapasso o meu medo
como
se
fosse
a
correnteza
a
me
levar

Vai,
me
leva
nas
ondas
do
mar!

Atravesso
ondas,
tempestades,
sol escaldante
bebo
água
salobra
e
nem
sinto
o
amargo
do
mar.

Sigo
a
minha
travessia
sem
saber
onde
me
levar

vou
sem
horizonte...
... A
Bussola
desnorteada
deixou-me
rolar.

Volto
a
ponte
para
a
travessia
retornar.
Poty – 19/04/2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009



Este vai ser um momento inusitado em minha vida... estarei como convidado e participante deste show com voz, recitar poesias e ainda mais com uma música composta a partir de minha poesia. Vai ser dezzzzz, vão lá!!!

ZARABATANA CAFÉ - CENTRO CULTURAL HENRIQUE ORDOVÁS FILHO - EM CAXIAS DO SUL - 21 HORAS
DIA 1° DE MAIO

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hoje sou ausência






Não adianta nem me contar

Nem quero saber

E daí o problema é teu



Deixa-me no meu canto quieto

Não quero ouvir



Hoje sou vazio



Hoje sou silêncio...

Silêncio que acalma minha podridão

Acalma minha insatisfação



Não quero falar...

Falar pra quê?!



Hoje é meu dia de fúria



Desconverso

Dizendo

Nem sei por que,

Mas cá no meu oculto desejo

Quero ser rude



Hoje quero ser selvagem



Quero a solidão

Quero sofrer nem que seja por um dia



Seja hoje o dia de cão



Não me importo com o dia de amanhã

Quero hoje e nada mais...

Se for hoje que seja!



Serei o teu algoz



Deixa-me viver este momento...

É só meu!



Se quiseres ir

Que vá!



Deixe-me!

Por favor, vá embora!



Hoje serei indiferente

Com a tua arrogância



Você se acha pobre mortal...

Os vermes hão de fazer por mim

O que não fiz -

Vão te estraçalhar feito carniça -

E eu há de sorrir com a tua desgraça



Não quero saber de teu choro –

Mereceste –

Chore até a última gota



Não vou sentir nenhum dó

Que sinta tua dor



Hoje quero ser teu carrasco

Eu vou ser a guilhotina

Serei a corda no teu pescoço

Darei o nó e puxarei sem dó e piedade



Hoje sou a penúria

A própria morte

E não me venha pedir perdão



Hoje sou a mão que te arrebenta

Não deixarei vestígios

Serei o próprio segredo



Hoje é um dia sem fim

Não quero meio

Você será o início



Abusarei de ti

Como nunca foi achincalhada



Eu sou a regra,

O ditador!



Hoje sou teu calabouço

O buraco que vai te enterrar...

A tua sepultura



Hoje não tenho remorso

Serei a tua ferida -

Mordida –

Não deixarei cicatrizar



Hoje não quero saber de ninguém

E nem de mim

Poty – 04/03/2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Vida pequena






A vida é pequena como uma criança.

Poty – 14/03/2009

Mulher é um vinho



Mulher é como vinho...

É de uma delicadeza!

Mas bem guardada,

Cuidada,

Amada...

Nunca estraga!

Quando envelhece

Será bem deliciada!

Poty – 13/03/2009



Mulher é como vinho...

É de uma delicadeza!

Mas bem guardada,

Cuidada,

Amada...

Nunca estraga!

Quando envelhece

Será bem deliciada!

Poty – 13/03/2009

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Aborto ou excomunhão?






Eu abortando vida?

Não sei lá por quê?!



Abortarei o que não quero... Seja o que for!



Aborto a comida que não prestou...

A bebida em excesso

O mal que me fez



Dádiva vida!



Serei hipócrita em aceitar as mazela do meu corpo da dita excomunhão.



Excomungo os males do corpo dito feito que se fez.



Serei o Deus do meu corpo porque dele sei a dor que me cabe.



Não sofrerei em nome desse Deus que excomunga a vida que o outro exterminou.



Serei a vida sem compartilhar a derrota do outro.



Abortarei este maldito. Execrarei o meu lixo/o meu bicho.



Rejeito o que me incomoda/que adoece.

Não deixarei levar até a morte.



A vida não e cabal/é carnal,

Mas completa enquanto não destrói a do outro.

Poty – 07/03/2009

Deixo a eles a conveniência


Para os doutores,
Deixo a mesa
A burocracia
A insolência
A teoria
Da sua impotência

Para mim,
Fica a irreverência
A indignação
A liberdade de ser o que sou
Sem menosprezar a ninguém

Os encaro com desdém
Porque se acham que estão acima
De qualquer mortal

Estou com os que não têm,
Mas tem todo o aprendizado
Que os outros há de estudar

Ficamos nós os plebeus a reverenciar
Porque achamos que eles têm a sabedoria
Mas nós a vivenciamos no dia a dia
Poty – 11/04/2009

Queremos ser, mas não somos nada!

Queremos ser, mas não somos nada!
Sou o todo, o nada...
Sou carne e osso...
Sou o pedaço que não tem...
Seja o nada, porque não tenho o todo de ninguém...
Os pedaços se formam e acaba e não será de ninguém!
Será carcomido nas terras de ninguém
Porque a terra não é de ninguém...
Estamos vagando e ao pó voltará...
Sejamos o verbo...
Será o verbo que não provém...
... Você é você enquanto a terra não te consome...
Você vai e fica a chorar alguém –
Não tem como remediar –
Apenas fica a jogar areia na cara
E não se leva nada...
Vai, aproveita a vida que te mantém!
Poty – 11/04/2009

Tempos difíceis

Nestes tempos nublados, de tempos irritados, de tempos nebulosos, de tempos da indiferença, da ausência, de tempos impunes, tempo de avareza com certeza, tempos da incerteza, tempos de animosidade, tempo rudes, tempos de intolerância, tempos da ganância, tempos do só meu!... Nada melhor que um sonho bom!... Não só meu, mas meu e seu! Sonhemos porque não perdemos a guerra... A batalha pode ser, mas a guerra não! Sonhemos que faz bem! Destes tempos, há de vir um novo amanhecer, um novo tempo, uma nova aurora, está chegando a hora! Dependem de nós sonhadores, lunáticos amantes da vida! Sejamos este sonho bom!
Poty – 28/03/2009

A Cruz

Ele sobre a cruz

Pendurando

Pregado

Coroado...

A escorrer sangue

Qual crime fez?!

Ser crucificado

Era a forma de matar um criminoso

Ele, por suas atitudes,

Seus atos,

Suas palavras

E práticas

O fez ir a julgamento...

O que restou foi à cruz!

A cruz ato humilhante...

Teria ele a caminhar pelas ruas e subir ao monte para sua própria morte e

Entre os que o condenavam e os que protestavam iria ao seu sacrifício carregando a cruz.

Foi açoitado

Caluniado

Debochado

E assim mesmo carregou a sua cruz

De pendurado ficou -

Esticado pelos pregos, olhando a todos -

Que aos seus pés pregados não souberam o que fazer...

A cruz permaneceu

Quando padeceu

O tiraram da cruz...

A cruz ficou cravada para todo sempre

E a glória de sua morte...

Que a morte vivenciou

E eternizou com sua cruz.

Poty – 10/11/2009

Ser velho ou novo, qual a diferença?

Não importa a tua idade, o que importa é você, o teu sorriso, a tua simpatia, o teu olhar, as tuas manias, a tua experiência, os teus anseios... A nossa troca, seja ela de diferença de idade, mas é de sentimento, de carinho, de amor (carnal, de desejos, de fantasias), que seja de amizade, mas sincero não porque a idade nos impõe... Foi a nossa vida que nos fez encontrar.

Poty – 28/03/2009

Humanizar

Há! Vida banal!
A intolerância assume,
Consome
E há os que dizem,
Vamos humaniza o trânsito, o ambiente, a vida etc...
... Humanizar o que é humano!
Deixemos as máquinas!
Não são elas!
Somos nós ditos humanos que criamos as regras.
Os ditamos da intolerância,
Da banalidade,
Do consumir por consumir,
De um dia de fúria,
Do stress,
Da indiferença,
Da agonia
E tudo mais...
... Foi se esquecendo que ao lado mora alguém.
Que conversar/dialogar é bobagem!
Negociar não faz bem.
Que os negócios,
Os objetos,
O próprio dinheiro estar acima de qualquer amizade.

Se o vizinho tem o melhor carro,
A melhor casa, etc...
... Eu passarei necessidade,
Mas terei o melhor!

É tão banal a vida!

Não é mais o crime,
O assalto,
A droga que mata...

Na roda de bate papo,
Num bar,
Na esquina,
Na praça,
Na Igreja,
Na escola (professora/aluno, aluno/professor)...

O que será mesmo?!

Temos tempo pelos menos para divergir e encontrar soluções de nossos dilemas pessoais e coletivos?!
Depois ficamos esperando pelos especialistas resolverem por nós o que nós fizemos...
... És a questão, o que é humanizar?!
Viramos máquinas,
Sem sentido,
Sem perguntas,
Sem saber para onde ir,
Sem querer ao menos parar e dizer,
Espere ai! O que realmente estamos fazendo para alterar a vida sem vida?!

Fica-se dizendo, mas isso não tem nada haver comigo;
É como meu vizinho...
... Pior quando é com o desconhecido, maltrapilho, pedinte, um drogado, uma prostituta... Há santa hipocrisia!... Ai sim ajudamos a matá-lo!
Só queremos tornar público quando acontece comigo, com minha família (com os meus), quando sou atingido.
Poty – 27/03/2009
Mãos Dadas - Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.