domingo, 9 de março de 2014

Reverenciado



Meu amigo Raimundo, cardiologista, poeta, militante da vida... Vida Severina, vida Severa, Severa Severina...
...Segue a rima... Morte Severina... Vida malvada... Destemperada... Seca que arde na boca...
Os pés nem se fala, já rachou nesta seca braba...
Querendo água que acabou na cacimba, no buraco, na torneira, no sovaco... Só vi água salgada, salobra... Tomei água como se fosse suco de Caju...
Me deu intoxicação, virei rabugento, deu forunco minha mãe me tratou...
Houve fornicação... Não terminou continuou.
Comi feijão com açúcar, cuscuz com coco e farinha com café...
Veio bicho de pé...
Pilho nem quero comentar, é de arrepiar e pelar cabelo sem novelo...
Os olhos reclamam por não ter lágrimas, essa tal da seca da peste, não se investe.
Este é meu pranto!
Quanto desencanto!
Nordestino, esta é tua sina, buzina chora sorri se predestina.
Este desencanto, esta sina, menina mulher... Severina. Tudo te atinge, nada fascina, neste mundo de luz e seca, desta terra nordestina. Enquanto nas águas se banham vidas, nas tuas lágrimas se enxergam as cicatrizes da lida... Mulher e menina Severina... Encanta com lágrimas, risos e brincadeira esta vida nordestina, com sina ou não é firme, não desiste e segue a menina morte Severina.
Poty/Leonardo – 17/02/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário

arial