Meu amigo Raimundo,
cardiologista, poeta, militante da vida... Vida Severina, vida Severa, Severa
Severina...
...Segue a rima... Morte
Severina... Vida malvada... Destemperada... Seca que arde na boca...
Os pés nem se fala, já rachou
nesta seca braba...
Querendo água que acabou
na cacimba, no buraco, na torneira, no sovaco... Só vi água salgada, salobra...
Tomei água como se fosse suco de Caju...
Me deu intoxicação, virei
rabugento, deu forunco minha mãe me tratou...
Houve fornicação... Não
terminou continuou.
Comi feijão com açúcar,
cuscuz com coco e farinha com café...
Veio bicho de pé...
Pilho nem quero comentar,
é de arrepiar e pelar cabelo sem novelo...
Os olhos reclamam por não
ter lágrimas, essa tal da seca da peste, não se investe.
Este é meu pranto!
Quanto desencanto!
Nordestino, esta é tua
sina, buzina chora sorri se predestina.
Este desencanto, esta
sina, menina mulher... Severina. Tudo te atinge, nada fascina, neste mundo de
luz e seca, desta terra nordestina. Enquanto nas águas se banham vidas, nas
tuas lágrimas se enxergam as cicatrizes da lida... Mulher e menina Severina...
Encanta com lágrimas, risos e brincadeira esta vida nordestina, com sina ou não
é firme, não desiste e segue a menina morte Severina.
Poty/Leonardo –
17/02/2014
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