sexta-feira, 13 de abril de 2012


Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a tua sonora forma de dar, e os outros corpos
... que se deitam e se pisam, e as moscas que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor
[ (não ouças)que se prepara para carpir tua vigília, e os [ cantos que esqueceram teus braços e tantos movimentos que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.

Ana Cristina Cesar

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